Mais um comentário da Dra. Andressa Azeredo, oncologista clínica do Instituto Kaplan:
“Também tivemos atualização desse importante trial, já publicado, mostrando dados de eficácia e segurança do uso de abemaciclibe adjuvante de acordo com a idade: < 65 anos x pacientes mais idosas com > 65 anos, para câncer de mama. Essa análise é muito importante, visto que o aumento da idade vem associado a maior número de comorbidades associadas e maior risco de toxicidade medicamentosa.
Os resultados apresentados mostraram que as pacientes mais idosas se beneficiaram tanto quanto as mais jovens do uso da medicação, o que reforça que utilizemos a combinação independente da idade, desde que a paciente tenha boa performance clínica.
Como já esperado, pacientes com mais de 65 anos apresentaram mais efeitos colaterais, principalmente às custas de fadiga e diarreia. A boa notícia é que não houve aumento da incidência de neutropenia ou de eventos tromboembólicos, efeitos colaterais graves e que sempre nos preocupam.
As pacientes mais idosas tiveram uma taxa mais alta de descontinuação de tratamento e de necessidade de redução de dose do medicamento, o que ressalta a necessidade de um acompanhamento de perto com intervenção precoce e manejo de dose dessas pacientes.
Nosso maior objetivo é que elas se mantenham usando o abemaciclibe pelo maior tempo possível.
Lembrando que o uso do abemaciclibe por 2 anos associado à terapia endócrina (bloqueio hormonal) já demonstrou benefício em intervalo livre de doença invasiva e, por isso, essa combinação já vem sendo amplamente utilizada para pacientes com risco clínico alto de recidiva no Brasil e no mundo.”