RS deve ter maior incidência de câncer em homens e RJ, em mulheres

Dados referem-se a novos casos a cada 100 mil habitantes.
Em números absolutos, São Paulo apresenta o maior número de casos.

O estado que deve apresentar maior incidência de câncer entre os homens em 2014 é o Rio Grande do Sul, onde se esperam 533,92 novos casos a cada 100 mil homens este ano. Já o Rio de Janeiro deve apresentar a maior incidência da doença entre as mulheres: lá são esperados 416,71 novos casos a cada 100 mil mulheres.
Os dados fazem parte da Estimativa 2014 de Incidência de Câncer no Brasil e foram divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) nesta terça-feira (4), Dia Mundial do Câncer. O órgão já tinha divulgado, em novembro do ano passado, parte desse relatório, quando foi revelada a estimativa de 576.580 novos casos de câncer para 2014 em todo o país.
Em números absolutos, São Paulo deve ser o estado com o maior número de novos casos: 152.200 ao longo do ano. Rio de Janeiro deve registrar 73.680 novos casos, seguido por Minas Gerais, com 61.530 casos, e Rio Grande do Sul, com 51.410 casos.
Sem contar o câncer de pele não melanoma – que é o mais comum tanto em homens quanto em mulheres – o câncer de próstata é o que mais deve atingir os homens: há 68.800 novos casos previstos para 2014 em todo o país, o que corresponde a 70,42 novos casos a cada 100 mil homens. Entre as mulheres, o câncer mais comum continua sendo o de mama. São esperados 57.120 novos casos, o equivalente a 56,09 novos casos a cada 100 mil mulheres.

Norte
No Norte, a incidência de câncer entre homens deve ser de 122,76 novos casos por 100 mil. Entre as mulheres, esse índice deve ser de 123,03. Segundo o Inca, uma grande preocupação é o câncer de colo do útero, que deve atingir 23,57 novos casos a cada 100 mil mulheres. Na região, esse tipo de câncer é ainda mais frequente do que o câncer de mama, que deve chegar a 21,29 novos casos a cada 100 mil mulheres.

Nordeste
No Nordeste, a incidência de câncer entre homens deve atingir 174,64 novos casos a cada 100 mil homens. Já entre as mulheres, essa taxa deve ser de 180,61. Segundo o Inca, destaca-se o alto risco de câncer de estômago no Ceará: 17,23 a cada 100 mil para homens e 10,43 a cada 100 mil para mulheres.

Centro-Oeste
No Centro-Oeste, devem ser registrados, entre homens, 290,78 novos casos de câncerpor 100 mil homens, índice que, entre as mulheres, deve atingir 271,23.

Sudeste
No Sudeste, a incidência de câncer entre homens atinge 383,97 novos casos por 100 mil. Entre as mulheres, esse índice é de 330,82. De acordo com o Inca, a região concentra maior risco para os tipos de câncer associados à urbanização, como próstata, mama e cólon e reto.

Sul
No Sul, devem ser registrados entre os homens 473,11 novos casos por 100 mil. Entre as mulheres, devem ser 340,95 novos casos por 100 mil. A alta incidência de câncer de pulmão e de esôfago chama a atenção, segundo o Inca. A taxa de câncer de próstata – 91,24 novos casos a cada 100 mil homens – é a mais alta registrada em todo o país.
Tumor de pele não melanoma será mais comum
Em nível nacional, a previsão é que o tumor de pele não melanoma, atinja 182 mil pessoas no próximo ano, o equivalente a 31,5% dos casos de câncer.
O governo informou que o câncer é, atualmente, a segunda principal causa de morte no Brasil e no mundo, “atrás apenas das doenças cardiovasculares”.
Segundo o levantamento do governo, em 2011 foram registradas 184.384 mortes por câncer em todo o país.
Relatório da OMS
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, que divulgou documento nesta segunda-feira (3), os casos de câncer aumentarão cerca de 50% até 2030, quando serão diagnosticados em todo o mundo quase 22 milhões de ocorrências em comparação com os 14 milhões de 2012, devido ao crescimento da doença nos países em desenvolvimento.
Ao mesmo tempo, as mortes por câncer passarão de 8,2 milhões a 13 milhões por ano. Essas tendências são acompanhadas pelo aumento e o envelhecimento da população e pela adoção de hábitos de risco, como fumar, indica o informe da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC) da OMS.
De acordo com a agência das Nações Unidas, os países em desenvolvimento não só padecem dos casos de câncer associados com a pobreza, mas também dos resultados de hábitos adquiridos após conquistar melhores condições de vida, como um maior consumo de álcool e tabaco, o consumo de alimentos processados e falta de exercícios físicos. E eles serão os que têm menos recursos para arcar com os caros custos dos tratamentos.
Mundialmente, o câncer substituiu as doenças cardíacas como a principal causa de morte a partir de 2011 e o número anual de diagnósticos aumentou de 12,7 milhões em 2008 para 14,1 milhões em 2012.
O relatório destaca a diferença entre os sexos: cerca de 53% dos casos diagnosticados e 57% das mortes ocorrem em homens. O estudo pede novos esforços na prevenção, incluindo a vacinação contra a hepatite B e o vírus do papiloma humano, que podem ajudar a reduzir a incidência de câncer de fígado e útero, e a promoção do exercício físico para combater a obesidade, além de campanhas anti-tabagismo.

Fontes: G1, em São Paulo e INCA

Publicado em: 13 de fevereiro de 2014
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